FOLHA DE SÃO PAULO
TÊNIS
Brasileiro quase desistiu
de disputar a Olimpíada de 2000 por causa de confronto entre antiga e nova
patrocinadora
Guga veste roupa que
recusou em Sydney
Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem
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Gustavo Kuerten rebate na partida em
que derrotou David Nalbandian, ontem, no
Maracanãzinho |
MARIO HUGO
MONKEN DA SUCURSAL DO RIO
Quase um ano e
meio após ter se negado a usar material da Olympikus na Olimpíada de Sydney por
ter contrato com a empresa italiana Diadora, Gustavo Kuerten anunciou ontem
contrato de três anos com a Olympikus. O anúncio oficial foi feito por Guga
no início da tarde de ontem, em um hotel na zona sul do Rio. Guga previa
estrear a camisa do novo patrocinador, de cor laranja, com detalhes brancos
debaixo da manga, já na partida contra David Nalbandian, pelo desafio Brasil x
Argentina, ontem à noite, no ginásio do Maracanãzinho. Seria a primeira
partida do segundo colocado no ranking da ATP (Associação dos Tenistas
Profissionais) em 2002. O tenista disse que deixou a Diadora por dois
motivos: não estava incluído no plano de marketing internacional da empresa e
desejava ser patrocinado por uma companhia de capital 100% brasileiro. O
contrato dele com a Diadora expirou no mês passado. "Como já tenho uma
posição consolidada no tênis, em virtude de quatro anos de bom desempenho, optei
por fechar um patrocínio com uma empresa totalmente nacional", declarou
ele. Kuerten e a empresa se negaram a falar sobre o valor do contrato, mas o
tenista deverá receber cerca de US$ 6 milhões até 2004, US$ 3,5 milhões a mais
do que supostamente ganharia com a Diadora. A Folha tentou ouvir a
diretoria da Diadora no Brasil, mas até as 17h15 a empresa não se manifestara
sobre a decisão do tenista. Guga apresentou outra razão para ter optado pela
Olympikus. Ele disse que terá autonomia para opinar na confecção do material
esportivo e até modificá-lo, quando julgar necessário. Guga causou polêmica
em 2000 quando, compromissado com a Diadora, não aceitou usar material da
Olympikus, patrocinador oficial do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), nos Jogos
de Sydney. Ele chegou a anunciar que não participaria da Olimpíada. "Não sou
de deixar ninguém na mão", justificou. Após um acordo firmado entre a Diadora, o
COB e a Olympikus, ele acabou competindo sem nenhum patrocinador. Principal
estrela da equipe olímpica do Brasil e uma das esperanças de medalha, Guga foi
eliminado nas quartas-de-final pelo russo Ievguêni Kafelnikov.
O ESTADO DE SÃO PAULO
GUGA anunciou que trocou a Diadora pela Olympikus. O início do novo
contrato, que vai render R$ 6 milhões por ano, marca, segundo o tenista, ?uma
nova fase na minha carreira? CHIQUINHO LEITE MOREIRA Especial
para o Estado
RIO ? Com mais um contrato milionário, Gustavo Kuerten transforma-se no novo
Rei Midas do esporte nacional: tudo em que põe o dedo vira ouro. Ontem, no Rio,
Guga confirmou a Olympikus ? marca de material esportivo ? como seu mais novo
patrocinador para a temporada de 2002, num acordo válido até 2004, e que deverá
significar um faturamento de R$ 6 milhões ao ano para o tenista.
Empresa do Grupo Azaléia, a Olympikus junta-se a uma lista numerosa de bons
patrocinadores, como o guaraná Kuat ? que passará a figurar na manga esquerda do
uniforme de Guga ?, o Banco do Brasil ? vai permanecer na manga direita ?, a
Raider, com contrato de uso de imagem e licenciamento; a Motorola, uso de
imagem; a Tilibra, licenciamento; e as raquetes Head, única marca que restou dos
antigos grupos que apoiaram Guga desde o início da carreira.
?Estou numa nova fase na carreira. Há mais de dois anos que estou entre os
melhores do mundo e acho que essa troca de patrocinadores reflete este atual
momento?, disse Guga.
Entusiasmado com a contratação de um Midas como Guga, o diretor de marketing
do Grupo Azaléia, Gumercindo Neto, confessou-se emocionado em ter o tenista como
parte de sua ?família? de 18 mil funcionários e de mais de 40 milhões de pares
de calçados vendidos por ano. Revelou ainda que a Olympikus é a marca de artigos
esportivos mais vendida no Brasil e já ocupa a 7.ª posição no ranking mundial,
com exportações para 25 países, especialmente da Europa e América Latina. Seu
faturamento em 2001 foi de R$ 300 milhões e a meta é chegar a R$ 360 milhões em
2002. ?Nosso projeto com Guga é consolidar nossa liderança em mais uma
modalidade esportiva?, disse.
Confiante na recuperação da lesão na virilha, Guga confirmou que vai
participar do Aberto da Austrália, a partir do dia 14, em Melbourne. Depois de
um mês de tratamento, diz sentir-se em condições de enfrentar os desafios do
circuito e confessou que o tipo de contusão que teve faz parte de algo com que
terá de aprender a conviver. ?Na Austrália, jogando em uma quadra dura, numa
temperatura muito alta e diante dos melhores do mundo, terei de ir ao meu
limite.?
JORNAL DA TARDE
Guga, em ?nova fase?, troca de patrocinador |
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Sai a italiana Diadora, entra a brasileira
Olympikus, mudança que vai acrescentar R$ 6 milhões por ano ao faturamento
do tenista número dois do mundo
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O tenista Gustavo Kuerten acrescentou mais um contrato milionário a sua já
abastada carteira de patrocinadores. Ontem, no Rio de Janeiro, o número dois do
mundo apresentou a Olympikus como seu mais novo patrocinador para a temporada de
2002 ? o acordo vai até 2004 e acrescentará R$ 6 milhões anuais ao faturamento
de Guga.
Empresa de material esportivo do grupo Azaléia, a Olympikus junta-se a uma
lista numerosa de bons patrocinadores, como o guaraná Kuat, que passará a
figurar na manga esquerda do uniforme de Guga; o Banco do Brasil, que permanece
na manga direita; a Raider, com contrato de uso de imagem e licenciamento; a
Motorola, uso de imagem; a Tilibra, licenciamento; e as raquetes Head, única
marca que restou dos patrocinadores do início da carreira.
?Estou numa nova fase. Há mais de dois anos que estou entre os melhores do
mundo e esta troca de patrocinadores reflete o momento atual?, disse Guga, em
entrevista coletiva no Rio. ?O contrato com a Diadora terminou e estou contente
em ter uma empresa brasileira ao meu lado, num grupo em que posso participar do
desenvolvimento de uma linha de roupas e produtos específicos para o tênis.?
Entusiasmado com a contratação de Guga, o diretor de marketing do grupo
Azaléia, Gumercindo Neto, confessou-se emocionado em ter o tenista como parte de
sua ?família? de 18 mil funcionários. ?Nosso projeto com Guga é consolidar nossa
liderança em mais uma modalidade esportiva?, disse Gumercindo.
?Com este contrato fecha-se o grupo de patrocinadores de Guga, porque
precisamos preservar seu calendário?, afirmou Paulo Carvalho, seu empresário no
Brasil e muito influente nas negociações dos contratos do tenista.
Otimista e confiante na recuperação da lesão na virilha, Gustavo Kuerten
confirmou sua participação no Aberto da Austrália, a partir do dia 14, em
Melbourne.
?A prova mesmo será na Austrália. Jogando em uma quadra dura, com
temperatura muito alta e diante dos melhores do mundo, terei de ir ao meu
limite. Mas viajo confiante, pois sinto que posso jogar bem, embora o começo do
ano seja sempre muito difícil para mim.?
O DIA
Parceiro novo, tênis velho
Enquanto espera pelo calçado novo da Olympikus, Guga vai usar o par do
antigo patrocinador
Marcelo Fefer
Gustavo Kuerten assinou um contrato milionário com a Olympikus (comenta-se que
receberá R$ 6 milhões por ano), mas não abandonou de vez a Diadora, seu antigo
fornecedor de material esportivo. Tanto no Desafio Brasil x Argentina ? cujo
último dia é hoje, com Guga enfrentando Gaston Gaudio, depois do jogo entre
Fernando Meligeni e David Nalbandian, marcado para 10h30 (os ingressos estão
esgotados) ?, quanto no Aberto da Austrália, a partir do dia 13, e no confronto
com a República Tcheca, pela Copa Davis, em fevereiro, o número 2 do ranking
mundial calçará tênis feitos pela Diadora, mas com a precaução de tapar o
logotipo do patrocinador anterior.
?Vou jogar com esse tênis na Austrália e também na Davis, pois vou
direto para a República Tcheca. Talvez na volta da Davis já tenha um tênis
pronto para eu usar. O acordo com a Olympikus foi muito rápido e não deu para
planejar tudo?, explicou Guga, que pode enfrentar problemas com seus novos
calçados. Nos Jogos Olímpicos de Sydney, insatisfeitas com o material que
receberam, parte das jogadoras da seleção brasileira feminina de vôlei, que é
patrocinada pela Olympikus, utilizou tênis de outras marcas, com o logotipo da
Olympikus colado sobre o original.
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